segunda-feira, 18 de abril de 2011

Estudantes de agroecologia do colégio estadual José Ribeiro de Araújo realizam atividades de beneficiamento do umbu.

Entre os dias 21 a 28 do último mês os futuros técnicos em agroecologia do colégio estadual José Ribeiro de Araújo, em Canarana, realizaram atividades de beneficiamento do umbu. Foi feito mousse, bolo, geléia e doce com o fruto de uma planta símbolo da caatinga, bioma que é marcado por estereótipos como o cinza, o seco, a aridez e a miséria, situação que é minimizada quando são visibilizadas as suas paisagens naturais durante o período chuvoso. Entretanto, a população desconhece a importância desse bioma e, por vezes, pouco valoriza a flora, como no caso do umbu.
O umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.) é uma espécie xerófita, auducifólia da família Anacardiaceae, originária das zonas menos chuvosas da região Nordeste do Brasil,ocorrendo desde o Ceará até o norte de Minas Gerais. Devido às suas defesas fisiológicas, a árvore do umbuzeiro é resistente à seca e pode chegar a medir aproximadamente 5 m de altura com uma copa que atinge até 15 m de diâmetro. O fruto de cor verde, forma ovalada,apresenta aroma e acidez acentuados. É muito apreciado pela qualidade do seu suco, bastante agradável e rico em minerais e vitaminas, sobretudo A e C (FRANCO, 2005).
A fruta é encontrada principalmente no Semiárido da Bahia.Cerca de 90% estão na Bahia, de acordo a pesquisa da Universidade Federal da Bahia (Ufba), com apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Agroíndústria de Alimentos.
Segundo dados da EMBRAPA apenas 1% do umbu produzido na Bahia é comercializado ou industrializado, os restantes 99% se perdem. Atualmente, grande parte do umbu é comercializada in natura ou como polpa, com pequena parcela destinada à fabricação de doces e geléias.
Visando um maior aproveitamento do fruto, vem a importância de se discutir o beneficiamento do umbu nas aulas do curso de agroecologia e agropecuária, tendo em vista um melhor aproveitamento das safras do umbu no município de Canarana,
A atividade tem um potencial para crescer, industrialmente, muito grande. Falta investimento, por isto o objetivo da atividade no curso técnico é dar mais opção de agregação de valor ao fruto, disponibilizando essa tecnologia para o futuro técnico. Qualquer novo produto que agregue valor ao umbu e seja de fácil conservação é muito importante para a região, porque o fruto é vendido muito barato e é muito perecível.
Assim é sempre positiva a descoberta de novas alternativas de produtos que ofereçam conservação mais adequada e mais tempo para comercializar, contribuindo na melhoria da qualidade de vida dos moradores podendo ser uma forma de geração de renda e assim incentivá-los principalmente a desenvolver a indústria caseira do umbu.
Além dessa atividade docentes do curso, João Neto e Hoel, pretendem visitar e recolher experiências( para divulgar no território de Irecê) na região de Uauá onde já existe a Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc), em Uauá (BA), que reúne cerca de 140 produtores e comercializa produtos da Caatinga inclusive para o exterior, liderados pelo umbu.

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