Reconstituir o banco de sementes e revitalizar outros costumes comunitários no campo da agroecologia e economia solidária foram objetivos de atividades desenvolvidas no último final de semana (sábado e domingo) na comunidade de Lagoa de Zeca, no município de Canarana. Pela manhã, membros da associação comunitária local realizaram mutirão na área de produção de mandioca para produção de farinha, sendo os seus resíduos aproveitados para adubo orgânico e ração animal.
À tarde, equipe do Ipeterras – Instituto de Permacultura em Terras Secas e estagiários da Universidade Estadual do Sul da Bahia (UESB), assessorados pela professora Elane Sobreira, representando a Escola José Ribeiro de Araújo, participaram de uma roda de prosas, na qual a professora mediou a sensibilização para reconstituição do Banco de Sementes Comunitário.
Durante as prosas, que teve também a participação de jovens da comunidade, as agricultoras e os agricultores revivificaram experiências mais antigas de estocagem de sementes, com o uso de cinzas do esterco bovino e os costumes com as práticas solidárias, como a socialização de sementes qualificadas e das “misturas”, carne dos animais abatidos para produção alimentar.
Seu Valdomiro Reis do Nascimento, 72 anos, lembrou que “era nosso costume abater um animal, não para vender, mas para comer e distribuir com os moradores da comunidade. Numa semana era um, noutra era outro a fazer o abate, de modo que ninguém comprava, mas todos sempre tinham a mistura”.
À noite aconteceu assembléia ordinária do bimestre, dirigida pelo dirigente da associação Romildo Alves (Roni), quando ocorreu a prestação de contas do último bimestre de 2010 e explicadas as atividades no uso da patrulha mecanizada da entidade (trator). Em seguida foi apresentada a proposta do banco de sementes, aprovada por unanimidade.
